Lesão do Peitoral Maior

Entenda a lesão do peitoral maior

A lesão do peitoral maior ocorre quando o tendão ou o músculo se rompe, geralmente durante atividades que envolvem levantamento de peso ou esportes de alto impacto. O peitoral maior é o músculo grande e forte localizado na parte da frente do peito, responsável por movimentos de adução e rotação interna do braço.

Lesão do peitoral maior

Quais são as causas das lesões do peitoral maior?

As causas mais comuns estão associadas a atividades de alta intensidade, como levantamento de peso (especialmente o supino) e esportes que envolvem movimentos explosivos. A ruptura ocorre, em geral, quando há uma contração forte do músculo enquanto ele está alongado, como durante a fase descendente do supino.

Mecanismo de lesão mais comum do peitoral maior

Quais são os sintomas das lesões do peitoral maior?

Os sintomas incluem dor intensa no peito ou na parte superior do braço, hematomas, inchaço e perda de força, principalmente ao tentar empurrar algo para frente. Além disso, pode-se notar uma deformidade visível no peito devido ao deslocamento do músculo.

Como é feito o diagnóstico das lesões do peitoral maior?

O diagnóstico é feito por meio de exame clínico e confirmado por exames de imagem, como a ressonância magnética (RM), que ajuda a identificar a extensão da lesão e a localização precisa da ruptura, seja no tendão ou no músculo.

Ressonância magnética de pciente com lesão do peitoral maior

Quais são os tipos de lesões do peitoral maior?

As lesões do peitoral maior podem ser classificadas em três tipos principais: parciais, completas e miotendíneas, dependendo da extensão e da localização da ruptura.

  • Lesão parcial: Ocorre quando apenas uma parte das fibras do tendão do peitoral maior se rompe. Esse tipo de lesão geralmente preserva alguma função do músculo, e o tratamento pode ser conservador, com repouso e fisioterapia. É importante diferenciar a lesão parcial da lesão completa de uma das partes do peitoral.

  • Lesão completa: A ruptura completa envolve o rompimento de todas as fibras do tendão, separando-o completamente de sua inserção no osso úmero. Essa lesão geralmente causa dor intensa, perda de força significativa e deformidade visível no peito. O músculo peitoral tem 2 partes principais, a clavicular e a esternal. É comum ocorrer a lesão completa de uma dessas partes apenas, sendo a parte esternal a mais frequentemente rompida. O rompimento completo de uma das partes não é sinônimo de lesão parcial do peitoral, pois o prognóstico e o tratamento são diferentes.

  • Lesão miotendínea: Esse tipo de lesão ocorre na junção entre o tendão e o músculo, uma área vulnerável durante atividades de alta intensidade. A lesão miotendínea é menos comum, mas pode ser particularmente desafiadora de tratar, já que envolve tanto o tendão quanto o músculo. É uma lesão mais frequente nos usuários de esteroides anabolizantes.

Cada tipo de lesão exige um plano de tratamento personalizado, levando em consideração a extensão da ruptura e a demanda física do paciente.

Diferentes porções do peitoral. CH: Clavicular Head (porção clavicular); AT: anterior tendon (tendão anterior); PT: posterior tendon (tendão posterior); S1 a S6: Origens da porção esternal.

Parte inferior da porção esternal do peitoral

Quais são as opções de tratamento conservador?

O tratamento conservador é indicado para lesões parciais ou para pacientes com baixa demanda física. Consiste em fisioterapia para reabilitar o músculo e reduzir a dor e a inflamação. Medidas como repouso, uso de medicamentos anti-inflamatórios e modificação das atividades são recomendadas.

Quais são as principais opções de tratamento cirúrgico?

Nos casos de rupturas completas, o tratamento cirúrgico é o mais indicado. A cirurgia envolve a reinserção do tendão rompido no osso para restaurar a força e a função. Em casos de lesões crônicas, o uso de enxertos, como o tendão de Aquiles ou fáscia lata, pode ser necessário para preencher o defeito e fornecer melhores resultados funcionais. A cirurgia deve ser feita o mais breve possível após a lesão, mas em lesões crônicas, os enxertos são uma opção viável.

Ilustração de um tipo de técnica cirúrgica para a sutura do peitoral maior

Como é a recuperação pós-operatória?

A recuperação após a cirurgia do peitoral maior envolve o uso de uma tipoia por 3 a 4 semanas, seguida de fisioterapia para restaurar a mobilidade e força do músculo. O tempo de recuperação varia de 4 a 6 meses, dependendo da gravidade da lesão e da resposta do paciente ao tratamento.

Quais são os resultados, riscos e complicações do tratamento?

A cirurgia de reparo do peitoral maior tem bons resultados, com a maioria dos pacientes retornando às suas atividades normais. No entanto, existem riscos de infecção e falha no reparo, especialmente em casos crônicos ou em pacientes que não seguem corretamente o protocolo de reabilitação. O uso de enxertos em lesões crônicas oferece bons resultados funcionais e estéticos, mas pode envolver um tempo de recuperação mais longo.

Uso de enxerto para lesões crônicas do peitoral maior

 

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Mauro Gracitelli
Médico especialista em ombro e cotovelo
www.maurogracitelli.com
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