Lesão do Tendão do Tríceps
Entenda a lesão do tríceps distal?
A lesão do tríceps distal ocorre quando o tendão que conecta o músculo tríceps ao osso do cotovelo (olécrano) é rompido. O tríceps é responsável pela extensão do cotovelo, permitindo que o braço seja estendido para realizar várias atividades. Essa lesão é mais comum em atividades físicas intensas ou esportes que envolvem movimentos explosivos. Em um estudo envolvendo membros do exército americano, a taxa de incidência foi relatada como sendo de 1,1 por 100.000 indivíduos por ano, especialmente em atividades esportivas e militares.
Anatomia do tríceps
Quais são as causas das lesões do tríceps distal?
As lesões do tríceps distal podem ser causadas por traumas diretos, como quedas sobre o braço estendido, ou por contrações musculares excessivas durante atividades de alta intensidade, como levantamento de peso. O uso de esteroides anabolizantes também está relacionado ao aumento do risco dessas lesões, uma vez que a hipertrofia muscular ocorre de forma desproporcional ao fortalecimento dos tendões. Outras condições predisponentes incluem doenças como artrite reumatoide, lúpus, diabetes, e uso prolongado de medicamentos como fluoroquinolonas e injeções locais de esteroides.
Lesão do tendão do tríceps distal
Quais são os movimentos de academia e do dia a dia que usam o tríceps?
Movimentos que envolvem a extensão do cotovelo utilizam o tríceps. Na academia, exercícios como a rosca francesa, tríceps pulley e supino envolvem o uso intenso desse músculo. No dia a dia, atividades como empurrar objetos, levantar pesos, ou realizar qualquer movimento que exija a extensão do braço utilizam o tríceps de forma significativa.
Quais são os sintomas das lesões do tríceps distal?
Os principais sintomas incluem dor intensa no cotovelo, perda de força para estender o braço e, em alguns casos, inchaço e hematomas visíveis. Também pode haver uma sensação de “soltura” no braço ou incapacidade de estender completamente o cotovelo. Em lesões completas, pode-se observar uma lacuna palpável na área do tendão rompido, e em casos crônicos, o diagnóstico pode ser tardio, o que prejudica a intervenção imediata.
Como é feito o diagnóstico das lesões do tríceps distal?
O diagnóstico é feito por meio de exame clínico e confirmado com exames de imagem, como radiografias e ressonância magnética (RM). A RM é o exame preferido para identificar a gravidade da lesão, como retração do tendão e a presença de lacunas preenchidas por líquido entre o tendão rompido e o olécrano, principalmente em rupturas completas.
Ressonância magnética demonstrando lesão do tríceps distal
Quais são as opções de tratamento conservador?
O tratamento conservador pode ser indicado para lesões parciais ou em pacientes com baixa demanda física. Inclui imobilização temporária do cotovelo, fisioterapia para reabilitação do tendão e uso de medicamentos anti-inflamatórios para controle da dor e da inflamação.
Quais são as principais opções de tratamento cirúrgico?
Para lesões completas ou pacientes com demanda física, o tratamento cirúrgico é necessário. A técnica de sutura mais comum é o reparo com âncoras ou suturas transósseas, que reinserem o tendão rompido no olécrano. Em casos de lesões crônicas, onde há grande retração do tendão ou tecido insuficiente, o uso de enxertos é indicado. Os enxertos podem ser autólogos ou alogênicos, dependendo da gravidade da lacuna e da retração muscular.
Ilustração de um tipo de técnica cirúrgica para a sutura do tríceps distal
Como é a recuperação pós-operatória após o tratamento de lesão do tríceps distal?
A recuperação envolve imobilização inicial do cotovelo com uso de tipoia ou órtese, seguida de fisioterapia para restaurar gradualmente a mobilidade e a força. O tempo de recuperação completa pode variar de 4 a 6 meses, dependendo da gravidade da lesão e da resposta do paciente ao tratamento.
Quais são os resultados, riscos e complicações do tratamento?
A cirurgia para o reparo do tríceps distal tem uma alta taxa de sucesso, com a maioria dos pacientes recuperando a força e a função normal do cotovelo. No entanto, existem riscos como rigidez articular, infecção e falha da sutura. A recuperação adequada e o seguimento do protocolo de reabilitação são essenciais para minimizar complicações. Em casos crônicos, onde o diagnóstico é tardio, o uso de enxertos pode ser a única opção viável para restaurar a função do tendão.