Transferência do Trapézio Inferior para o tratamento de lesões extensas do Manguito Rotador
Introdução
A lesão extensa do manguito rotador representa um desafio significativo para a reabilitação funcional do ombro. Quando os tratamentos conservadores e outras opções cirúrgicas convencionais não são viáveis, a transferência do músculo trapézio inferior (ou da porção ascendente do trapézio) surge como uma alternativa eficaz para restaurar a função e reduzir a dor em pacientes com lesões irreparáveis do manguito rotador.
O que é a Transferência do Trapézio Inferior?
A transferência do trapézio inferior é um procedimento cirúrgico que envolve a realocação do músculo trapézio inferior para substituir a função do tendão do supraespinal e/ou infraespinal lesionado. Esta técnica visa melhorar a capacidade de elevação e rotação externa do ombro, compensando a perda funcional causada pela lesão irreparável do manguito rotador.
Indicações para a Transferência do Trapézio Inferior
A principal indicação para a transferência do trapézio inferior é em casos de lesão extensa do supraespinal e infraespinal, onde há perda significativa da força de rotação externa. A rotação externa do ombro é essencial para vários movimentos, como alcançar objetos posicionados lateralmente ou para trás e para atividades como lançar uma bola. A ausência dessa função pode levar a uma limitação severa na realização de tarefas diárias e atividades esportivas.
Como é Realizada a Transferência do Trapézio Inferior?
A cirurgia é realizada sob anestesia geral e pode envolver o uso de técnicas minimamente invasivas (artroscopia) combinadas com abordagens abertas. A técnica consiste em liberar o músculo trapézio inferior de sua inserção original e fixá-lo na área do ombro onde o manguito rotador está danificado.
Para que o enxerto chegue no local, é necessário o uso de enxerto para prolongar o músculo e garantir uma cobertura adequada da área lesionada. Podem ser usados enxertos autólogos (do próprio paciente) ou de banco de tecidos (doadores) A parte artroscópica da cirurgia permite a visualização e preparação da área receptora, enquanto a parte aberta é utilizada para a transferência e fixação do músculo e do enxerto. A fixação é realizada usando âncoras, garantindo que o músculo transplantado se integre e assuma a função do tendão lesionado.
Resultados Esperados
Os resultados da transferência do trapézio inferior variam de acordo com a gravidade da lesão original e a técnica utilizada. A literatura aponta que a maioria dos pacientes experimenta uma melhora significativa na função do ombro, com aumento da amplitude de movimento e redução da dor. Estudos específicos demonstram que a força de rotação externa pode ser substancialmente restaurada, especialmente em pacientes com um manguito rotador remanescente funcional. A técnica tem mostrado resultados promissores em pacientes que anteriormente não tinham opções de tratamento viáveis.
Recuperação Pós-operatória
O pós-operatório envolve o uso de um imobilizador em rotação externa por um período de 6 semanas. Este dispositivo é crucial para proteger a fixação do músculo transferido e garantir uma cicatrização adequada. A reabilitação deve ser mais lenta e cautelosa em comparação com o reparo tradicional do manguito rotador, dado o caráter complexo e a importância da integração do músculo transferido com o enxerto.
Após o período inicial de imobilização, a reabilitação começa com mobilizações passivas, progredindo gradualmente para fortalecimento e, eventualmente, retorno às atividades funcionais. A recuperação completa pode levar de 6 a 12 meses, dependendo da resposta do paciente ao tratamento.
Resultados, Riscos e Complicações
Como em qualquer procedimento cirúrgico, a transferência do trapézio inferior envolve riscos, como infecção, falha na fixação do músculo transferido, rigidez articular e insucesso na recuperação funcional. Estudos apontam uma taxa de sucesso considerável, com melhora funcional significativa na maioria dos casos. No entanto, os resultados são melhores em pacientes sem complicações adicionais no ombro e com boa adesão ao protocolo de reabilitação.
Resultados, Riscos e Complicações
Como em qualquer procedimento cirúrgico, a transferência do trapézio inferior envolve riscos, como infecção, falha na fixação do músculo transferido, rigidez articular e insucesso na recuperação funcional. Estudos apontam uma taxa de sucesso considerável, com melhora funcional significativa na maioria dos casos. No entanto, os resultados são melhores em pacientes sem complicações adicionais no ombro e com boa adesão ao protocolo de reabilitação.
Alternativas à transferência do trapézio inferior
Existem diversas opções de tratamento para as lesões extensas do manguito rotador, que devem ser individualizadas com base nas características específicas da lesão, na demanda funcional e na idade do paciente. Dentre as alternativas cirúrgicas, a artroplastia total reversa se destaca por fornecer altas taxas de bons resultados, especialmente em curto e médio prazos. No entanto, devido às preocupações com a longevidade dos implantes, essa opção não é comumente recomendada para populações jovens e ativas.
- Transferência do Músculo Grande Dorsal: Outra opção para lesões irreparáveis do manguito rotador, onde o músculo grande dorsal é transferido para substituir a função dos tendões danificados.
- Reconstrução da Cápsula Superior: Utilizada para restaurar a estabilidade superior do ombro em pacientes com lesões graves do manguito rotador. Usada nos pacientes que não tenham déficit significativo de força de rotação externa.
- Balões Subacromiais e tuberoplastia biológica: Espaçadores que ajudam a reduzir a dor e melhorar a função ao impedir o contato entre o acrômio e a cabeça do úmero. Mais usados em pacientes com menor demanda física.
- Reconstrução do cabo dos rotadores: Nova técnica que utiliza um cabo de sutura para reconstruir parcialmente o manguito rotador, reforçando um reparo parcial do manguito rotador.
- Artroplastia Reversa do Ombro: Indicada para pacientes mais idosos ou com artropatia do manguito rotador (artrose decorrente de lesões antigas do manguito rotador)